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Você adotaria um animal de estimação se ele fosse deficiente?

  • Equipe Zoo Livre
  • 3 de dez. de 2020
  • 3 min de leitura

Conheça Simone Gatto, a aposentada que instrui pessoas sobre como cuidar de animais deficientes



(Foto: Simone Gatto)




Naturalmente, animais estão inseridos em nossas vidas desde os primórdios. Muito se fala sobre os silvestres, os domésticos, os voadores, os terrestres, os aquáticos… Mas pouco – ou quase nada – se fala sobre os deficientes. Infelizmente, o índice de rejeição desses animais no cotidiano é alto e poucas pessoas possuem um em casa.


De acordo com dados de 2019 da Associação de Proteção aos Animais de Volta Redonda, a cada 100 adoções, somente uma é de animal com alguma deficiência. Muitos animais deficientes sofreram maus-tratos no passado de seus donos ou adquiriram alguma doença que deixou grandes sequelas. Isso acarreta em inúmeros abandonos e ainda mais maus-tratos, já que os donos alegam não ter condições de cuidar, sejam financeiras ou domésticas, e por isso largam os animais nas ruas.


A aposentada Simone Gatto já vivenciou diversas situações com animais deficientes e atualmente passa o seu conhecimento à frente para aqueles que não possuem acesso a informações específicas, como os cuidados especiais, mudanças na rotina e disposição de móveis na casa, que podem atrapalhar os animais.



“O meu trabalho é tão importante quanto de um veterinário, porque 90% do que eu faço é conseguir com que os animais se recuperem sem grandes danos e com autonomia.(...) "


Tudo começou quando encontrou o Paçoca no hospital, um gato paraplégico que foi atropelado e abandonado com dois meses após a sua antiga dona descobrir sua deficiência. “Quando eu olhei o Paçoca na caixa, eu não sei explicar, eu só disse a ela que eu queria ficar com ele. Eu não estava preparada para ter um animal deficiente, nem sabia que precisava tirar xixi e cocô, mas a espiritualidade sabe de tudo e ela me mostrou o caminho”, afirmou Simone.


E, por não saber nada sobre os cuidados necessários com animais deficientes, a ativista procurou se informar e se aperfeiçoar, já que poucos profissionais possuem conhecimento sobre o assunto também. Então, depois de muito esforço e dedicação, Simone conheceu profissionais capacitamos que a instruíram da forma correta e gratuitamente – ela nunca pagou nenhum tratamento para os seus animais, sempre ganhou.


Simone juntou todos os ensinamentos que recebia e, com orientação médica, improvisou fisioterapias caseiras com objetos, montou alimentações, desenvolveu técnicas de curativos para feridas, entre outras. Após todos os cuidados necessários, Paçoca teve um ótimo desempenho e virou o “gato propaganda” de todas as campanhas e projetos realizados por Simone.


Depois de toda a sua trajetória, Simone virou instrutora e começou a dar dicas pelas redes sociais, em grupos ou no seu perfil pessoal, sobre os cuidados especiais com animais deficientes, para passar seu conhecimento adiante, pois muitos animais são mortos ou abandonados por seus donos justamente por eles não terem conhecimento sobre o assunto. Essas “aulas” podem ocorrer virtualmente, então até pessoas de outros estados podem ser ajudadas, e pessoalmente, onde ela recebe pessoas na sua própria casa ou vai até elas.


“Eu tenho um grupo no WhatsApp para postar as dicas, tenho Instagram, Facebook… Mas eu não costumo usar muito esses meios por falta de tempo, então eu postava vídeos sobre os tratamentos médicos e caseiros no meu perfil. Assim, quando me conhecem, vão me marcando nas publicações das pessoas que precisam e eu passo meu WhatsApp. Peço para a pessoa me contar a história dela, me mandar o laudo veterinário – não atendo sem um, pois eu não receito medicamentos e nem dou diagnósticos”, explica Simone.


Através de sua vida e suas experiências, diversos animais foram salvos e muitos donos conseguiram aprender como cuidar de um animal deficiente. “O meu trabalho é tão importante quanto de um veterinário, porque 90% do que eu faço é conseguir com que os animais se recuperem sem grandes danos e com autonomia. Eu perdi as contas de quantas vezes eu consegui fazer com que pessoas que queriam se livrar de seus animais ficassem com eles e, atualmente, são perfeitos! ”, relata ela.


 
 
 

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