Transporte público para os animais: uma necessidade de muitas realidades
- Equipe Zoo Livre
- 2 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Recentemente, São Paulo e Goiás sancionaram a lei que autoriza animais no transporte público e transformaram vidas

(Foto: Luiz Carlos Murauskas)
O transporte público para os animais não é um assunto muito discutido nas mídias e nem de conhecimento para muitas pessoas. Em muitos estados é proibida a entrada de animais nos meios de transportes públicos, como ônibus e metrô.
Recentemente, no dia 25 de janeiro de 2019, o governo de São Paulo sancionou a lei que permite o transporte de animais na CPTM, Metrô, VLT e ônibus intermunicipais (EMTU) - nos ônibus municipais da SPTrans o transporte já era permitido desde 2015. De acordo com essa lei, estão autorizados apenas animais domésticos de pequeno porte, que não sejam ferozes ou peçonhentos, que pesem até dez quilos e que estejam dentro de uma caixa apropriada.
Não é permitido fazer o transporte nos horários de pico dos dias úteis, ou seja: durante a manhã das 6h às 10h e à tarde das 16h às 19h. Há exceções para casos em que o animal tenha cirurgia agendada, mas é necessária uma justificativa assinada por um veterinário. O transporte do animal não pode prejudicar a segurança e comodidade dos passageiros, nem comprometer o funcionamento da linha, e isenta o motorista do veículo de qualquer responsabilidade para com o animal.
Entretanto, diversos animais sofreram e pessoas se arriscaram para conquistarem essa vitória. Muitos donos precisavam esconder seus animais de alguma forma para poderem transportá-los até os hospitais veterinários; Simone Gatto é um exemplo disso.
Ela possuía uma cachorra da raça pinscher, chamada Barbie, que adquiriu um câncer ao longo de sua vida e precisava ser tratada com urgência no hospital - inicialmente particular, mas após pouco tempo mudou para o público devido aos inúmeros custos com o tratamento. Porém não havia possibilidade de transportar a Barbie até o local, já que os meios de transporte não permitiam a sua entrada. “Eu não conseguia tratar o meu animal com a dignidade que ele merece”, afirmou ela.
Portanto, Gatto começou a disfarçar sua cachorra de bebê de colo: colocava ela no sling e a cobria com uma manta ou um lenço. Mesmo sem as pessoas desconfiarem, ela se incomodava e questionava “por que eu tenho que fazer isso escondido? Eu preciso de uma lei que ampare não só a mim, mas a todos”.
Diante dos fatos, Simone se viu indignada e se tornou a primeira proprietária a entrar na justiça para conseguir o direito da entrada dos animais nos transportes públicos. Por ser a pioneira no assunto, recebeu um “não” logo no início e foi atrás desse direito através das mídias: procurou programas de televisão; jornais, revistas e blogs para dar entrevistas; ia até a porta de teatros para falar e gravar vídeos com pessoas famosas, a fim de ganhar visibilidade. “Eu descobri que eu tinha o dom da palavra e do grito em defesa dos animais”, falou Simone.
Seu trabalho é missão seguem até hoje, porém com outras causas animais. Graças à ela, ao ativista Rogério Nagai e ao deputado Celino Cardoso (PSDB), quem propôs o projeto de lei em 2015, diversas pessoas podem transportar seus animais de forma digna e legal.
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